“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Romanos 11:22)
Dez anos depois dos ataques terroristas do 11 de Setembro, aquele horrível acontecimento, muitos estão novamente levantando a velha questão: “Porque é que Deus permite o mal?”
A Bíblia descreve Deus como Santo (Isaías 6:3), Justo (Salmo 7:11), Reto (Deuteronômio 32:4), e Soberano (Daniel 4:17-25). Estes atributos dizem-nos o seguinte sobre Deus: (1) Deus pode impedir o mal e (2) Deus deseja libertar o universo do mal. Portanto, se isto é verdadeiro, porque é que Deus permite o mal? Se Deus tem o poder de impedir o mal e quer impedir o mal, porque é que Ele ainda permite o mal? Talvez uma forma prática de olhar para esta questão seja considerar algumas alternativas que as pessoas poderão ter para Deus governar o mundo:
1) Deus poderia mudar a personalidade de cada um de modo a não poderem pecar. Isso também significaria que nós não teríamos o livre arbítrio. Não seríamos capazes de escolher o certo ou o errado, porque seriamos “programados” para fazermos apenas o que está certo. Se Deus tivesse optado por fazer isso, não haveria relações significativas entre Ele e a Sua criação.
Em vez disso, Deus fez Adão e Eva inocentes, mas com a capacidade de escolherem o bem ou o mal. Devido a isso, eles poderiam responder ao Seu amor e confiarem n’Ele ou optarem por desobedecer. Eles escolheram desobedecer. Porque vivemos num mundo real, onde podemos escolher as nossas ações, mas não as suas consequências, o seu pecado afetou aqueles que vieram depois deles (nós). Semelhantemente, as nossas decisões em pecar têm um impacto sobre nós, aqueles que nos rodeiam e aqueles que virão depois de nós.
2) Deus poderia retribuir as más ações das pessoas através de uma intervenção sobrenatural a 100 por cento do tempo. Deus impediria um motorista bêbado de causar um acidente automobilístico. Deus impediria um trabalhador da construção civil preguiçoso de fazer um trabalho deficiente numa casa que viria a causar sofrimento ao proprietário. Deus impediria um pai que é viciado em drogas ou álcool de fazer qualquer mal à esposa, filhos ou família. Deus impediria que homens armados roubassem lojas de conveniência. Deus impediria o bullying nas escolas. Deus impediria o roubo dos ladrões. E, sim, Deus impediria que terroristas atirassem com aviões sobre edifícios.
Embora esta solução pareça atraente, ela perderia a sua atratividade, logo que a intervenção de Deus violasse algo que quiséssemos fazer. Quereríamos que Deus impedisse más ações horrendas, mas gostaríamos que permitisse “males menores”, não percebendo que são os “males menores” que geralmente conduzem aos “males maiores”. Deus deveria apenas impedir as aventuras sexuais, ou deveria também bloquear o nosso acesso à pornografia ou acabar com qualquer coisa imprópria, ainda que não sexual, ou de relacionamentos? Deus deveria suster os “verdadeiros” ladrões, ou também deveria impedir-nos de defraudarmos nos nossos impostos? Deus deveria apenas impedir os homicídios, ou também deveria impedir os “males menores” feitos às pessoas levando-as a cometer homicídios? Deus deveria apenas impedir os atos de terrorismo, ou também deveria impedir a doutrinação que transforma uma pessoa num terrorista?
3) Outra opção seria Deus julgar e remover os que optam por cometer más ações. O problema com esta possibilidade é que ninguém restaria, pois Deus teria que nos remover a todos. Todos nós pecamos e cometemos más ações (Romanos 3:23; Eclesiastes 7:20, 1 João 1:8). Apesar (das ações) de algumas pessoas serem piores do que outras, onde é que Deus traçaria a linha divisória? Em última análise, todo o mal causa dano aos outros.
Em vez dessas opções, Deus optou por criar um mundo “real” em que escolhas reais têm consequências reais. Neste nosso mundo real, as nossas ações afetam os outros. Por causa da escolha de Adão em pecar, o mundo agora vive sob a maldição, e todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa (Romanos 5:12). Há de chegar um dia, um momento, em que Deus julgará o pecado no mundo e fará novas todas as coisas, contudo Ele está propositadamente a “protelar” a fim de conceder mais tempo para que as pessoas se arrependam de modo a Ele não ter de as condenar (2 Pedro 3:9). Até que isso aconteça, Ele preocupa-se com o mal. Quando Ele criou as leis do Antigo Testamento, o objetivo era desencorajar e punir o mal. Ele julga as nações e governantes que desprezam a justiça e perseguem o mal. Da mesma forma, no Novo Testamento, Deus afirma que é da responsabilidade dos governos a provisão da justiça, a fim de proteger os inocentes do mal (Romanos 13). Ele também promete severas consequências para aqueles que cometem más ações, especialmente contra os “inocentes” (Marcos 9:36-42).
Em resumo, vivemos num mundo real, onde as nossas boas e más ações têm consequências diretas e consequências indiretas sobre nós e os que nos rodeiam. O desejo de Deus é que por amor de nós todos devemos obedecer-Lhe para que possa ir bem connosco (Deuteronômio 5:29). Em vez disso, o que acontece é que nós optamos pelo nosso próprio caminho, e depois culpamos a Deus por não fazer nada sobre isso. Tal é o coração do homem pecador. Porém, Jesus veio para mudar os corações dos homens através do poder do Espírito Santo, e Ele faz isso àqueles que voltam costas ao mal e Lhe pedem que os salve do seu pecado e suas consequências (2 Coríntios 5:17). Deus impede e reprime algumas más ações. Este mundo seria MUITO PIOR se Deus não restringisse o mal. Ao mesmo tempo, Deus deu-nos a capacidade de escolher entre o bem e o mal, e quando escolhemos o mal, Ele permite-o, e os que nos rodeiam sofrem as consequências do mal. Em vez de culparmos Deus e de O questionarmos sobre a razão de Ele não impedir todo o mal, empenhemo-nos na proclamação da cura para o mal e suas consequências – Jesus Cristo!
Referência – iqc.pt: http://bit.ly/152LM6Z
Nota do editor: Prezado leitor, você não tem poder para, por si mesmo, fazer o bem exigido por Deus para ser aceito no céu. A Bíblia é clara: “Não há quem faça o bem; não há sequer um” (Salmo 14:3). Você e todos os homens são pecadores perdidos e necessitados de arrependimento e perdão. Foi exatamente por esta razão que “Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado” (João 3:17,18). Sim, mesmo que todos os acontecimentos estejam debaixo do poder soberano de Deus, Ele permite o mal. Em contrapartida, Deus ama imensamente a humanidade e já provou Seu amor, dando o Seu Filho para morrer em nosso lugar. “Crês tu no Filho de Deus?” (João 9:35)